Audiência Pública | Rio de Liberdades.

Durante a audiência pública realizada na
Cinelândia, reafirmei algo que repito há anos e que se faz cada vez mais urgente: não há como debater intolerância religiosa, violência contra os nossos e racismo estrutural sem compreender o cenário político em que estamos inseridos.

As opressões que vivemos não são frutos do acaso
– elas são parte de um sistema organizado, que se alimenta do silêncio e da omissão. E é exatamente por isso que eventos como esse são fundamentais: para romper o silêncio, para afirmar que nossas vidas, nossas fés e nossas vozes não serão apagadas.

Ver a Praça da Cinelândia novamente ocupada por lideranças religiosas, movimentos sociais, juventudes e representantes de diferentes tradições é a prova de que seguimos vivos, atentos e mobilizados. A fé de matriz africana não se cala. A negritude brasileira e africana não se separa. E a luta contra a violência de Estado é nossa luta coletiva.

Não se combate intolerância sem política pública, sem responsabilidade institucional e sem compromisso com a justiça. Que essa audiência seja mais do que simbólica – que seja semente de mudanças concretas.

Seguimos firmes, com axé e com lucidez.